Viajantes e naturalistas
Em
1808, com a vinda da família real portuguesa ao Brasil, fugida
das tropas de Napoleão, iniciaram-se as primeiras expedições
científicas nesse território, graças à
abertura dos portos às nações estrangeiras.
Entre
os viajantes que cá estiveram nesta época, destacam-se
os naturalistas Spix e Martius, Eschwege, Saint-Hilaire, o príncipe
Maximiliano von Wied-Neuwied, o barão Langsdorff, cônsul
da Rússia, os pintores Debret, Rugendas, Ender e os ingleses
John Luccock, Maria Graham e John Mawe.
Essas pessoas são os
responsáveis pelos primeiros estudos de nossa natureza e descrição e registro
de nossas paisagens. A geomorfologia, muito bem representada, era
bastante impressionante aos curiosos olhares europeus, além da exuberância das florestas.
A maioria destes cientistas descreve as relações dos brasileiros com o meio ambiente e, conforme a ciência da época, interpretavam a personalidade das pessoas como resultante das influências do local onde habitavam.
Desde
Frans Post, em 1649, o olhar de viajantes, pintores e naturalistas foi
atraído pelas paisagens geológicas do Brasil. Hoje com
painéis geoturísticos implantados, sítios famosos,
como o Corcovado ou o Dedo de Deus, no Rio de Janeiro, desde os primeiros
tempos destacaram-se como monumentos geológicos do Brasil. Quedas
d'água e montanhas foram bastante registradas durante as expedições
científicas do século XIX, também por caracterizarem
referências geográficas.
Vilas
ligadas à mineração, como Ouro Preto e Mariana,
sempre despertaram interesse para o contexto geológico e a contemplação
cênica foi valorizada pela informação mineral.
Cachoeiras
e montanhas representam papel especial na representação
pictórica da paisagem brasileira, revelando o magnetismo que
estes sítios exercem sobre o ser humano. Antigas
pedreiras também exerceram forte fascínio ao observador visitante. A extração
mineral sempre foi motivo de interesse, não só pela tecnologia
aplicada, mas por revelar informações frescas sobre o
sub-solo.
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